Torino

domingo, 19 de setembro de 2010

Chegar a Turim teve a mesma sensação de que abrir uma caixa nova de Legos, o primeiro impacto é fantástico, mas no segundo a seguir nos apercebemos que afinal ainda não temos nada e que não vamos receber nada de graça, temos de nos esforçar para tirar algo dali, temos de nos dar.
Aqui todos parecem muitos simpáticos e prontos a ajudar, apesar de repetidas vezes ninguém parecer conhecer muito bem a própria cidade, as linhas dos transportes públicos ou o nome das ruas e pontes.
Foi no centro que comecei a minha procura por um local para ficar que tinha visto na internet. Ao chegar lá vi que era uma espécie de albergue da comunidade religiosa de Don Bosco, o que obviamente me agradou. Mas como seria também de esperar neste tipo de instalação, não tinham lugares livres. Assim, dirigi-me ao Ostello della Juventut (pôr link), numa zona lindíssima, apesar da imensa subida até à entrada, com boas condições e, sem dúvida, o melhor preço da cidade. Por duas noites num quarto com mais 5 pessoas e direito a pequeno-almoço paguei 32€, mais os 5€ do cartão de alberguista que ainda não tinha.

Fui depois fazer uma caminhada para tentar “viver a Itália” um pouco. Andei junto ao rio, que faz lembrar um pouco o Douro no tamanho e na cor pouco dourada. Aliás, toda a cidade faz lembrar um pouco o Porto, com as suas casas antigas, gente amigável e ruas com comércio muito organizadas. Ou provavelmente tudo isto são as saudades a falar.
Como era Domingo, estava ainda imensa gente pelo Parque Vittorio, um parque enorme, um pouco ao estilo de Parque da Cidade, mas mais pequeno, com menos árvores e relva mais verde, apesar de já serem 19:00. Famílias inteiras a fazer piqueniques, jovens a jogar futebol e outros só a desfrutar a música clássica que saía de umas colunas enormes numa das extremidades do parque. Aquilo pareceu-me ser um bom exemplo de “qualidade de vida”.

As primeiras verdadeiras sensações na cidade foram de medo e ansiedade. Por muito que se viaje, chegar a um sítio novo totalmente sozinho e entregue ao seu próprio destino é algo que eu duvido que alguém encare de animo leve. Mas não se pode deixar que tudo aquilo que é mau nos abale nestes momentos, é preciso levantar a cabeça e olhar para a cidade que esperamos em breve poder reclamar como nossa. E está é, sem dúvida, uma cidade linda.


1 comentários:

Mariana disse...

o último parágrafo diz tudo e era o que eu te ia dizer! :P
adoro teu blog... está lindo! e adoro ler o que escreves!
bjinhooo grande e mil amor!*